ETTG

ETTG para ausência de vedamento labial decorrente de fraqueza muscular - Motility Oral.

Ausência de vedamento labial: tratamento com ETTG para fono hospitalar

Em uma live, uma vez, me perguntaram: “O que fazer na ausência de vedamento labial decorrente de fraqueza muscular? Pois tenho feito ETTG tátil apenas”.

A fraqueza muscular pode ocorrer por causa de uma doença neurológica como, por exemplo, a esclerose lateral amiotrófica (ELA) e a Síndrome de Guillain-Barré. Assim, isso pode causar uma ausência de vedamento labial.

Vamos falar sobre ETTG neste caso, então?

A Motricidade Oral

A minha primeira formação foi em Motricidade Oral, foi a minha primeira especialidade. Então, eu vim da MO e sou apaixonada por ela, tenho 20 anos de formada e trabalhei 10 anos só com isso.

Assim, o que eu percebo?

ETTG apenas tátil para ausência de vedamento labial?

Eu percebo que, quando você coloca no lábio hipotônico temperatura – por exemplo, crioterapia, gelado –, com um boleador mergulhado dentro de um copo com pedras e gelo e água, certo?

E dessa forma, você contorna a boca com este instrumento gelado, o paciente contrai!

Então, se você faz isso, é claro que é um estímulo tátil, mas concorda que é térmico também?

E, o térmico, para o paciente flácido, no caso da pergunta feita, que é um paciente rebaixado de força muscular, é extremamente importante.

E, mais do que isso: terminou de fazer, vai finalizar com o quê?

Terminada a ETTG para ausência de vedamento labial, finalizar com o quê?

Você vai finalizar com uma bandagem bem aplicada.

Quando eu falo “bandagem bem aplicada” é porque precisamos saber que tipo de bandagem que estamos aplicando. Porque tem técnica, não é simplesmente um adesivo, existe técnica e raciocínio clínico.

Por que com uma aplicação dá resultado e com a outra não? Pela técnica que você usa.

Onde posso aprender mais sobre isso?

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Referências

MARQUES, Viviane. Doenças Neurológicas. 21 slides. Disponível em: <https://www.fonovim.com.br/arquivos/ccaa25da3af71922cf5ec35dbbb20528-8-Doen–as-Neurol–gicas.pdf>. Acesso em: 27/04/2022.

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ETTG para paciente secretivo e para sialorreico - Motility Oral.

Paciente secretivo ou sialorreico: tratamento com ETTG para ambos os casos

Certa vez, em uma live, perguntaram-me: “Utilizo ETTG quando o paciente está secretivo?” E, como fiquei na dúvida, acabei respondendo para pacientes sialorreicos também.

Então, vamos lá responder a esta pergunta?

Utilizar ETTG para paciente secretivo ou sialorreico?

Ao ouvir a pergunta, eu fiquei com um pouco de dúvida, porque uma coisa é paciente secretivo em região de orofaringe, nasofaringe… Isso é uma questão, outra coisa é sialorreico.

ETTG para paciente sialorreico

Se for sialorreico, já aconteceu muito do input que você dá na boca nem chegar no sistema nervoso central. Por quê?

Porque ele baba o seu próprio estímulo, de tanta produção salivar.

O caso da atropina

É o caso da atropina. Antigamente, quando eu não trabalhava com laser, era atropina que usávamos. Quantas e quantas vezes o médico aumentava a prescrição do medicamento e esse paciente não respondia nada. Por quê?

Porque ele babava a atropina.

Então, precisamos ficar muito alertas, porque são raros os casos que não dão nenhum resultado.

O que mais pode impedir o input de subir?

Então, se ele está com muita produção salivar, ele vai babar a atropina, e é o que acontece com o nosso estímulo: também, muitas vezes, ele está babando o nosso próprio estímulo, e não sobe o input.

Outra coisa que impede muito o input de subir é a língua extremamente suja. Forma como se fosse uma capa na língua, aquele filme plástico de encapar alimento. Consequentemente a propriocepção diminui, o estímulo não sobe e o paciente não responde.

Então, é inadmissível fazermos ETTG em uma boca com higiene oral precária e uma língua extremamente suja.

ETTG para paciente secretivo

Então, agora que já falamos sobre a hipótese do paciente ser sialorreico vamos pensar no caso de um paciente secretivo. Será que acontece da mesma forma? Podemos estimular caso ele esteja secretivo?

→ Saiba mais sobre Fono Hospitalar com estes artigos:  

Tem que estimular com ETTG se o paciente estiver secretivo? Por quê?

Sim, tem que estimular sim se ele estiver secretivo.

É mais uma justificativa de você estimular, para que aumente a frequência de deglutição, reduza o desuso e ele comece a responder, deglutindo cada vez mais.

Quando devemos começar a estimular se o paciente estiver secretivo?

É comum o pensamento: “Ah, ele está secretivo, vou esperar melhorar para começar a entrar com estímulos…”

Não! Está tudo errado!

Porque o nosso objetivo com a ETTG é ativar os proprioceptores para que o paciente volte a engolir e assim deixe de ser secretivo. Então, precisamos entrar o quanto antes para que o paciente melhore mais rápido.

O Homúnculo de Penfield

Lembrando do Homúnculo de Penfield – que já falei neste artigo aqui (clique aqui para ler) – mais uma vez: o que aparece nele que faz com que a nossa profissão tenha cada vez mais propriedade em todas as nossas condutas?

Boca e rosto! Claro que aparece laringe, está ali, mas é mais boca e rosto.

Então, precisamos sim entrar, seja com estímulos externos, seja com estímulos internos.

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ETTG para pacientes não responsivos.

ETTG para pacientes não responsivos na fono hospitalar: entenda tudo

Olá, pessoal, eu sou a Camila Pereira, fonoaudióloga hospitalar da Motility Oral, e já me fizeram diversas perguntas sobre ETTG (Estimulação tátil térmica gustativa) para pacientes não responsivos.

Por isso, trouxe este post aqui para responder as dúvidas de vocês, respectivamente: a importância da memória gustativa, ETTG para pacientes com disfagia severa, e por onde deve-se iniciar a estimulação em pacientes não responsivos – que explico detalhadamente com exemplos.

Então, vamos lá?

A importância da memória gustativa para a ETTG em pacientes não responsivos

Certa vez me perguntaram: “Na parte gustativa, geralmente priorizo o sabor de preferência do paciente e vejo resultados. Você prioriza ou não?”

Sim, toda a vida!

Porque a memória gustativa é de extrema importância para o paciente responder.

O dia em que peguei um jovem TCE muito grave

Eu nunca vou esquecer desta história: eu trabalhei durante três anos no setor de neurologia da Santa Casa, e uma vez eu peguei um jovem TCE muito grave.

E este paciente não estava respondendo aos meus estímulos dentro da UTI.

Coincidiu o horário de visita da família bem quando eu estava lá, então eu perguntei para a mãe o que ele gostava de comer. Pois ela falou: Coca-cola e tereré.

Tereré dificultava um pouco no ambiente, mas Coca-cola era fácil. Então, eu pedi autorização para os médicos e eles me liberaram.

Pessoal, que incrível! Daquele dia em diante, que resposta!

Precisamos priorizar a memória gustativa na ETTG para pacientes não responsivos

Por isso, eu não tenho dúvidas que a memória gustativa tem um potencial. Por quê?

Porque você usa a intenção, e ela tem evidência científica. Assim, quando você usa o comportamento do paciente, a intenção, é prazeroso, logo o cérebro brilha mais.

Então, não resta dúvida que, de fato, nós precisamos priorizar a memória gustativa.

Se você odeia curau…

Pense bem: você odeia curau, e já está fragilizado. Vem uma fono e coloca curau na sua boca.  Você vai querer engolir? Não, não vai.

Pois você já está com rebaixamento de sensibilidade e ainda colocam um negócio que não te dá o mínimo de prazer!

Então, memória gustativa para ETTG? Sempre!

→ Saiba mais sobre Fono Hospitalar com estes artigos:  

Paciente com disfagia severa: faz-se ETTG?

Além disso, perguntaram-me, neste mesmo dia, sobre um paciente com sonda nasoenteral, disfagia severa e deglutição de saliva: faz-se ETTG?

Então, é mais ou menos o que eu respondi ali atrás: sempre.

ETTG para pacientes não responsivos com Glasgow muito baixo

Há 10 anos, quando eu comecei na disfagia, quando você via um paciente Glasgow 6, você nem tocava nele, você esperava o paciente acordar, responder a comandos, para você pensar em entrar no caso.

Imagina! Não existe mais isso. Mas é que, infelizmente, eu não posso mostrar em redes sociais caso nenhum, mas os meus alunos sabem: chega o paciente Glasgow lá no chão, traqueostomizado, com gastro, não fala… (Clique aqui e saiba mais sobre como se tornar meu aluno!)

E então entramos com todos os estímulos de ETTG: face, boca, inclusive pé e mão – porque aparece no Homúnculo de Penfield, que eu já falei neste post aqui (clique aqui para ler).

Utilizando o Homúnculo de Penfield

Eu atendo os meus pacientes em uma cadeira, peço para colocar estímulo na sola dos pés. Tem família que é excelente! Porque eles alternam esses estímulos dia a dia. Alternam com o quê?

Um dia colocam farinha de trigo, outro dia sagu, outro dia milho de pipoca… Por quê? Porque no Homúnculo de Penfield aparece pé!

Então, consequentemente precisamos sim utilizar o estímulo na sola dos pés.

A nossa finalidade é representação cortical, mais nada, porque acreditamos que isso nos dará resposta.

Por que usar ETTG para disfagia severa?

Então, sempre utilizaremos ETTG para pacientes não responsivos, em casos de disfagia severa.

Sempre estimular, porque é estimulando que ele melhora, é deglutindo que ele volta a deglutir.

Portanto, se ele tem sintoma, que bom que ele tem! Está sentindo!

E se o paciente não tiver nenhum sintoma?

O duro é quando ele nem tosse e não faz nada, pode ser até mais problema, um ponto de interrogação gigante, depende de uma expertise clínica maior nossa.

Quando você está dando comida e não dá nenhuma tosse, então você desconfia.

O paciente na fase aguda, você começa a estimular e não dá nenhuma tosse? É preocupante, porque isso não é normal.

Nós sabemos que o paciente na fase aguda está com alteração sensorial, então se ele não tosse, pode ser um comprometimento mais grave.

Se ele está tossindo, é lindo! Eu sempre falo: que lindo que ele está tossindo! Tem que está sentindo. Então, para mim, é um parâmetro maravilhoso.

→ Saiba mais sobre Fono Hospitalar com estes artigos:  

Por onde devo iniciar as estimulações de ETTG em pacientes não responsivos?

Ademais, também me perguntaram: “Em paciente não responsivo, com nível de consciência mínima, por onde devo iniciar as estimulações?”

Então, vamos lá!

Estímulos intraorais e extraorais

Eu falei neste post aqui (clique aqui para ler) que para cada estímulo intraoral, tem um toque extraoral.

Então, sempre existem alguns estímulos que eu faço: quando você, por exemplo, entra com a escovinha aqui com uma temperatura quente e salgado. Veja:

Para cada estímulo intraoral, tem um toque extraoral – ETTG, Motility Oral.
Para cada estímulo intraoral, tem um toque extraoral – Motility Oral.

Na hora que você tira, se ele não dá reação nenhuma, basta você fazer alguns movimentos extraorais. Dessa forma, eu faço quatro, vou alternando estes seguintes movimentos – toque extraoral, para ter uma representação intraoral:

Primeiro movimento de toque extraoral

Segura e solta:

Primeiro movimento de toque extraoral – ETTG para pacientes não responsivos, Motility Oral.
Primeiro movimento de toque extraoral – Motility Oral.

Segundo movimento

O outro é este, com movimentos circulares começando indo para cima:

Segundo movimento de toque extraoral – ETTG para pacientes não responsivos, Motility Oral.
Segundo movimento de toque extraoral – Motility Oral.

Assim, segura e solta.

Terceiro movimento

O próximo:

Terceiro movimento de toque extraoral – ETTG Motility Oral.
Terceiro movimento de toque extraoral – Motility Oral.

Aperta. Dessa forma, segura e solta.

Último movimento de toque extraoral

E, portanto, por último, este:

Quarto movimento de toque extraoral – ETTG Motility Oral.
Quarto movimento de toque extraoral – Motility Oral.

O outro é este, com movimentos circulares começando indo para cima:

Resultado desses movimentos

Ao fazer os estímulos, até eu engoli! Claro, quando não temos alterações, então engole mesmo.

Mas, enfim, quando você coloca o estímulo em um paciente não responsivo, automaticamente, se você der esses estímulos extraorais, ele acaba engolindo.

Então, se você alternar estímulo intraoral com um toque extraoral, consequentemente ele começa a responder.

→ Saiba mais sobre Fono Hospitalar com estes artigos:  

Sobre estimular pilares amigdalianos na ETTG

Também me perguntaram sobre estimulação de pilares amigdalianos, mas eu tenho um post em que falo só sobre isso.

Você pode lê-lo clicando aqui.

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Devo estimular pilares amigdalianos na ETTG?

Fono hospitalar: devo estimular pilares amigdalianos na ETTG?

Certa vez, perguntaram-me: “Camila, você pode enfatizar os pontos dos toques na cavidade oral na ETTG?” Acontece que, antigamente, dizia-se que nós tínhamos que estimular pilares amigdalianos na ETTG.

Mas será que isso é verdade? Então, vamos falar sobre isso?

Antigamente, estimulava-se pilares na ETTG

Quem é mais antigo na disfagia sabe que, antigamente, ensinava-se pegar aquele espelho de dentista nº00, depois veio o advento do boleador, deixar mergulhado no estímulo gelado (água com bastante gelo) e então estimular pilares amigdalianos com o toque gelado deste instrumento.

Mas isso caiu por terra!

O estudo da Luciana Passuello sobre deglutição

Nossa colega de profissão, Luciana Passuello, fez um estudo para a sua tese de doutorado, e nele ela mostrou que cada paciente tem a reação da deglutição disparada em um ponto: tem pessoas que desencadeiam em valécula, outras em transição faringoesofágica… Dessa forma, cada um vai desencadear a reação da deglutição em um lugar.

Então, não faz sentido ficar estimulando pilares!

Qual seria o sentido de estimular pilares?

Assim, uma vez já comprovado que cada pessoa dispara a reação da deglutição em um determinado ponto, realmente não faz sentido estimular pilares amigdalianos com objetivo de desencadear deglutição.

Então, o único sentido de estimular pilares seria visualizar a elevação de véu palatino e a mobilidade de parede da faríngea, nada mais.

Como eu faço para estimular, então?

Então, como eu, Camila, faço? Eu posso, um dia, gravar um IGTV e colocar salvo no Instagram pra vocês verem melhor, mas basicamente eu entro com a colher de metal embebida no sabor em região de vestíbulos, estimulo de um lado, viro a colher, vou para o dorso da língua, faço uma pressão e retiro o utensílio auxiliando o selamento labial.

Isso para paciente não responsivo, viu? Eu tenho aqui um post só sobre pacientes não responsivos.

Dessa forma conseguimos estimular toda a cavidade oral e não somente determinado ponto.

Sem estimular pilares: ETTG na prática

Então, eu vou para vestíbulo, viro, faço pressão em dorso de língua e aí saio sempre com o lábio pressurizado. Lembrando que, além disso, para conseguirmos ter uma dinâmica boa da deglutição, precisamos de pressurização, o que inclui selamento labial.

Por isso sempre, ao retirar um estímulo, caso o paciente esteja com a boca aberta, nós ajudamos assim:

Saio sempre com o lábio pressurizado – ETTG Motility Oral.
Saio sempre com o lábio pressurizado – Motility Oral.

Retirando o estímulo, porque o paciente precisa ter contato bilabial.

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Referências

VALE-PRODOMO, Luciana Passuello do. Caracterização Videofluoroscópica da Fase Faríngea da Deglutição. 2010. Tese (Doutorado em Ciências em Oncologia) – Fundação Antônio Prudente, São Paulo, 2010.

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ETTG: Tudo sobre alternância de estímulos

ETTG: entenda tudo sobre alternância de estímulos

Certa vez me perguntaram se eu podia usar duas temperaturas na mesma sessão de ETTG. Então, vamos falar um pouco sobre a alternância de estímulos?

Posso usar duas temperaturas na mesma sessão de ETTG?

Deve! Deve usar duas temperaturas na mesma sessão!

É primordial, durante a ETTG, ter quatro alternâncias que têm que valer para qualquer estimulação tátil térmica gustativa. E quais são elas?

Quais são as quatro alternâncias da ETTG?

Assim, as quatro alternâncias da ETTG são temperatura, sabor, utensílio e consistência.

Se não alternarmos essas quatro características, podemos ter o efeito da acomodação, e assim não atingiremos nosso principal objetivo com a ETTG.

O que precisamos fazer com a ETTG?

Nós precisamos acordar os receptores intraorais – mais para frente falaremos dos extraorais. E, para “acordar os receptores”, precisamos fazer a alternância entre os estímulos.

E como é feita a alternância de estímulos?

Como é feita a alternância de estímulos?

Vamos supor que você está utilizando limão gelado na consistência fluida, com a colher.

Então, preste atenção: nós temos, aqui, temperatura gelada, sabor azedo, consistência fluida e no utensílio colher, certo?

Do outro lado, você está estimulando, por exemplo, com uma sopa de mandioquinha. Assim, nós vamos ter o quê?

Temperatura quente, sabor salgado, podemos estimular com um utensílio que é aquela escovinha de sobrancelha – que eu adoro, é baratinho e dá pra dar um para cada paciente! – e na consistência pastosa.

O que vai acontecer ao fazer essa alternância?

Então, você percebe que nós alternamos quatro itens com quatro itens? Então, nenhum deles se chocaram. Consequentemente, o que vai acontecer?

Você aumenta a propriocepção intraoral e não deixa que o efeito da acomodação aconteça.

Quais estímulos para ETTG os estudos mais mostram?

Perguntaram-me também: “Costumo alternar, na mesma sessão, o uso de frio azedo e quente doce. Além desses, posso utilizar o salgado?”

Eu respondi que sempre devemos alternar. E o que os estudos nos mostram? Principalmente voltado aos estudos de ressonância magnética funcional?

O estímulo mais pesquisado até o momento é o azedo gelado, e qual é o segundo? O doce. O último, o menos pesquisado, é o salgado.

Contudo, precisamos fazer essa alternância, porque isso nos garante que não haja o fenômeno da acomodação.

→ Saiba mais sobre Fono Hospitalar com estes artigos:  

E pacientes com alterações salivares?

Neste mesmo dia, fizeram-me outra pergunta: “Para quem tem xerostomia, a temperatura ajuda? Ou só a gustativa mesmo, com limão?”

Eu fui sincera e disse que não sabia responder. Eu nunca li nenhum estudo que diz que a temperatura aumenta a salivação.

Mas eu sei que, da época em que trabalhei com motricidade oral e tive vasta experiência, o gelado nos meus pacientes respiradores orais que babavam muito, provocava uma vasoconstrição e, consequentemente, reduzia a saliva nos pacientes que babavam.

Mas, sobre os pacientes que tem ausência de saliva, eu sinceramente não sei responder.

O que fazer, então, com pacientes xerostômicos?

Entretanto, existe algo que eu acho bem interessante quanto aos pacientes que tem xerostomia.

Você precisa melhorar esse tempo de trânsito oral, então o ideal é você, por exemplo, pegar uma geleia de morango porque ela tem uma característica viscosa e que adentra e envolve as papilas gustativas.

Dessa forma, consequentemente o paciente vai ter uma maior produção salivar.

Essa é a minha prática baseada em evidência, a minha observação dos pacientes que têm essa desordem.

Estimulação extraoral com ETTG

Também me perguntaram: “Quais materiais para a condução térmica quente você utiliza e qual o estilo do salgado?”

Então, vamos lá: eu fiquei sem entender se quis dizer intraoral ou extraoral, então eu subentendi que é extraoral.

Então, se é extraoral, hoje eu tenho duas maneiras de estimular. Vou falar uma delas.

Uma maneira de estimulação extraoral

A primeira maneira de estimulação extraoral que eu utilizo é com o uso do martelo. Eu já fiz alguns posts no Instagram em que falo sobre isso.

O martelo é um equipamento que você compra com esse nome mesmo e é um estimulador térmico quente frio. Com ele, você consegue aquecimento ou crioterapia superficial, ou seja: da camada de epiderme.

Entretanto, se você quiser uma temperatura mais profunda, você precisa entrar com o ultrassom.

Então, essa é uma maneira de estimular com a temperatura. Mas por que eu estou falando isso?

A importância do Homúnculo de Penfield

Eu acho importante falar sobre o Homúnculo de Penfield. Por quê?

Porque fonoaudiólogo tem que andar grudado ao Homúnculo de Penfield! Não podemos nos distanciar dele em hipótese alguma, pois ele faz todo sentido para nós.

E o que aparece muito nele? O rosto, sobretudo a boca, mas o rosto aparece. Veja:

Homúnculo de Penfield: a importância para o fonoaudiólogo e o ETTG – Motility Oral.
A importância do Homúnculo de Penfield para o fonoaudiólogo. Fonte: A Mente é Maravilhosa.
→ Saiba mais sobre Fono Hospitalar com estes artigos:  

É inadmissível pensar somente em boca para ETTG

Então, para cada estímulo intraoral, precisamos dar um alerta sensorial extraoral.

Por isso, é inadmissível pensar somente em boca.

Nós precisamos pensar de uma forma geral, porque o rosto em si aparece no Homúnculo de Penfield, então nós precisamos sim trabalhar extraoral.

E a temperatura é uma questão por quê?

Por que a temperatura é uma questão?

A temperatura é uma questão porque os canais de íons abrem, então aumenta o estímulo que você está dando, seja com o seu massageador, com a sua massagem, com a sua ventosa.

Então, potencializa o que você vai realizar.

Qual estímulo salgado?

Não podemos esquecer que a questão também perguntou sobre qual estímulo salgado.

Às vezes, no hospital, demora muito a comida vir da cozinha. Então, para facilitar a minha vida, quando eu vou no mercado, eu compro vários tipos daquela sopa Vono – que tem de cogumelo, carne seca, creme de milho… Enfim, várias.

O que eu faço com isso?

Então, eu faço assim: eu pego o suco em pó Mid, coloco um pouquinho no copo descartável de café, acrescento agua gelada e espesso ou deixo fluido.

Para fazer a alternância de estímulo, eu faço a mesma coisa com a sopa em pó.

Então, eu coloco um pouquinho dentro do copo de café, adiciono água quente e misturo… Se eu for utilizar ela na consistência pastosa, alternando com algo fluido ou algo viscoso, eu vou espessar, certo?

Então, vai depender do quê? Daqueles quatro itens: alternância de temperatura, de sabor, de utensílio e de consistência, tá bom?

Paciente que não sente sabor dos alimentos

E, por último, perguntaram-me neste mesmo dia: “Um paciente que se alimenta via oral refere que não sente sabor dos alimentos. Utilizo estimulação tátil térmica gustativa em qual sabor e em qual temperatura?”

Eu fiquei com dúvidas nessa pergunta: esse paciente não sentia antes ou ele teve alguma intercorrência que levou ele a ter ageusia? (Ageusia é perda de paladar) Aconteceu isso?

Porque, se aconteceu isso, eu relato aqui que na minha experiência: tenho aplicado muitos protocolos de laserterapia e que, apesar da carência de estudos na fonoaudiologia, eu e outras colegas temos observado melhora na repaladarização com o uso do laser.

→ Saiba mais sobre Fono Hospitalar com estes artigos:  

Conclusão

Então, este foi o post sobre alternância de estímulos na ETTG.

Caso tenha ficado alguma dúvida, deixe nos comentários que será um prazer responder!

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Referências

HOMÚNCULO DE PENFIELD: Características e Funções. A Mente é Maravilhosa, 2017. Disponível em: <https://amenteemaravilhosa.com.br/homunculo-de-penfield/>. Acesso em: 22 de abril de 2022.

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