Camila Pereira

Eletroestimulação: por que alguns pacientes melhoram e outros não? - Motility Oral.

Eletroestimulação: entenda por que alguns pacientes melhoram e outros não

Você quer entender por que, com a eletroestimulação, um paciente melhora e outro não? Pois neste artigo com Motility Oral®, eu explico.

Então, continue lendo até o final para entender tudo.

Como acontece a contração fisiológica?

Você está se mexendo e vamos supor que você pegue um peso, então como funciona a contração fisiológica?

Primeiro, nós contraímos as fibras tipo 1, que são fibras de resistência, as vermelhas.

Depois, contraímos as fibras tipo 2, que são fibras mistas, de força e resistência.

E, por fim, então, contraímos as fibras tipo 3, que são fibras só de força, branca pura.

O que acontece com a contração fisiológica na eletroestimulação

Quando você coloca um eletrodo no seu paciente, o que acontece?

Você inverte o potencial de contração fisiológico.

E isso as pessoas não levam em consideração.

O potencial de contração é invertido na eletroestimulação

O que acontece, então, neste momento, quando eu inverto este potencial de contração?

Eu vou gerar fatalmente fadiga na musculatura. Dessa forma, o paciente vai fadigar!

O que acontece, então, com este paciente?

Se o paciente tem um quadro neurodegenerativo, como miastenia gravis ou esclerose lateral amiotrófica, e você não levar isso em consideração, estará, portanto, sendo pago para piorar o caso dele!

Até mesmo um quadro de AVC com grande alteração de força, vai fadigar, obviamente, muito rápido se você não considerar essa inversão do potencial e contração.

Reflexão sobre a eletroestimulação em alguns pacientes

Porque é você que contrai! Você, que não é sarcopênico, não tem desuso, que não está acamado… Você contrai.

Mas como você vai replicar a programação que faz bem para alguém saudável em um paciente com necessidades diferentes? Sabendo que ele já fadiga naturalmente, porque o potencial é invertido?

Recapitulando a questão das fibras

Quando nós contraímos o músculo, qualquer coisa que pegamos, primeiro são contraídas as fibras tipo 1, tipo 2A e tipo 2B, pois esta é a ordem natural.

Entretanto, quando você coloca o simulador elétrico, é o contrário: primeiro você recruta as fibras tipo 2B, que é a branca pura, de força; depois a mista e, por último, as vermelhas, que é de resistência.

Por que o potencial é invertido na eletroestimulação?

Isso acontece porque as nossas fibras mais superficiais são tipo 2B.

As mais profundas, que estão mais perto dos ossos, são as fibras de resistência, que são responsáveis pelo nosso tônus muscular.

Existem tipos de contração também, mas isso cabe em outro artigo.

Então, o que acontece neste momento?

Dessa forma, se você colocar esta receita de bolo, o seu paciente não melhora. Sabe o que vai acontecer?

Você vai liberar tanto ácido lático neste paciente, tanta fadiga, que não vai existir neuroplasticidade. Isso que eu estou falando é muito grave.

A importância da neuroplasticidade

Porque a eletroestimulação faz neuroplasticidade, desde que se tenha harmonia de estímulo!

Mas, quando você fadiga este músculo, vai gerar tanto resíduo, que não vai haver neuroplasticidade.

Eletroestimulação: por que, então, um paciente melhora e outro não?

Então, será aí que você vai falar: “nossa, mas por que o meu paciente não melhora? E por que o outro paciente melhora com eletroestimulação e este aqui não melhora?”

Por isso! Porque não levamos esse importante fundamento em consideração.

Onde posso aprender mais sobre isso?

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Pode fazer protocolo de água livre e ice chip depois da alimentação do paciente? - Motility Oral.

Água livre logo depois da alimentação do paciente: pode fazer?

Você sabe se o protocolo de água livre e Ice Chip podem ser aplicados durante a alimentação? Por quê? Neste artigo, eu explico.

Portanto, leia até o final para entender.

Quando não pode liberar a água livre?

Não pode liberar este protocolo de água livre e Ice Chip na hora da alimentação. Por quê?

Porque durante a alimentação tem resíduos alimentares na boca.

Clique aqui para ler um artigo que fala sobre os preditivos para o protocolo.

Quando é que você libera a água livre, então?

Você libera, meia hora depois que ele almoçou, escovou os dentes, e então pode fazer.

Assim, ele pode tomar esta água durante um bom tempo, até vir a próxima alimentação.

Mas, na hora que ele está comendo, não pode.

Por que não pode?

Não pode fazer o protocolo durante a alimentação porque você pode carregar resíduos alimentares junto com a água para a via aérea. E a segurança destes protocolos depende muito desse pressuposto, a água precisa ser sempre pura.

As células de proteínas aquaporinas

Lembrando que os nossos pulmões são revestidos pelas células de proteínas aquaporinas, que absorvem água pura, com PH neutro.

Clique aqui para ler um artigo que fala melhor sobre isso.

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Pacientes excluídos do protocolo de água livre e ice chip - Motility Oral.

Protocolo de água livre e Ice Chip: quem são os pacientes excluídos? 

Quais são os pacientes excluídos de um protocolo de água livre e Ice Chip? Aqueles pacientes que você não deve entrar com esses recursos terapêuticos? Você sabe?

Então, continue lendo até o final para entender tudo!

Pacientes excluídos do protocolo: com doenças neurológicas degenerativas

Primeiro, para aquele paciente com um quadro neurodegenerativo muito grave e instável você não deve ofertar chips de gelo ou água livre.  

Pois ele está com instabilidade médica, isso nós já sabemos.

Assim, imagina: o paciente está dispneico, dessaturando… Dessa forma, não faz sentido aplicar o protocolo de água livre e Ice Chip para ele.

Então, esse paciente será excluído do processo.

Pacientes excluídos do protocolo: com prejuízo na função respiratória

Outro ponto: como está a condição respiratória deste paciente? Porque ele está com uma ausculta ruim? Com muito ronco de transmissão? Está sendo, assim, acompanhado por um bom fisioterapeuta  respiratório?

Pois este é o bom senso da avaliação que precisamos ter diariamente.

Pacientes excluídos do protocolo de água livre: com mobilidade prejudicada

Além disso, outros pacientes que precisam ser excluídos: com mobilidade prejudicada, com incapacidade de permanecerem sentados.

Porque é a mesma coisa: você não vai fazer um protocolo de água livre para um paciente que sequer permanece sentado.

Alteração cognitiva importante e dificuldade para manter-se alerta

Isso não é um preditivo fundamental para você avaliar via oral? Paciente alerta, responsivo?

Então, se o teu paciente tem uma alteração cognitiva importante, ele não mantém o nível de alerta, também não faz sentido dar a ele água livre.

Assim, a dificuldade para manter-se alerta, mesmo sem nenhuma alteração cognitiva patológica, também é um fator importante.

Pacientes excluídos do protocolo de água livre e Ice Chip: tosse excessiva

Tosse excessiva durante a deglutição também é um fator.

Porque uma coisa é o seu paciente estar tomando água, ele tosse e estabiliza; toma água de novo, tosse e estabiliza; na terceira vez, ele nem tosse; na quarta, não tosse; então, na quinta, volta a tossir, mas é uma tosse que estabiliza.

Agora, se você ver que o seu paciente está tossindo, tossindo e tossindo cada vez que você oferta, está sialorreico, lacrimeja, aumenta a frequência cardíaca… Enfim, fica muito descompensado, então não tem por que você continuar o protocolo.

Pacientes excluídos do protocolo de água livre: infecções orais e/ou dentárias 

Então, vamos supor que você saiba que o seu paciente tem uma doença periodontal importante. Não faça protocolo de água livre e Ice Chip!

Porque, se você fizer, você vai carrear todas as bactérias para a via aérea dele e o impacto pulmonar será grave.

Onde posso aprender mais sobre isso?

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Para que servem protocolo de água livre e ice chips? - Motility Oral.

Ice chips e protocolo de água livre na fono hospitalar: para que servem?

Você sabe para que servem os ice chips e o protocolo de água livre na fono hospitalar? Aprenda aqui com Motility Oral®.

Assim, continue lendo até o final para entender.

Na nossa ETTG: o que pensamos?

Quando usamos ETTG típica, bem imputada, estamos pensando em aumentar frequência de deglutição, dar sabor à vida, ser um start de deglutição, restabelecer uma rota perdida…

A importância de restabelecer rotas e não acomodar o estímulo na ETTG

Nós, inclusive, em nossas Lives de quarta-feira a noite no canal do Youtube, já falamos muito sobre restabelecer rota, sobre não acomodar o estímulo…

Porque, se o estímulo é acomodado, o paciente deixa de engolir. Então, esse é um fundamento.

ETTG x Ice chips e protocolo de água livre

Mas, quando nós pensamos sobre o ice chip e o protocolo de água livre, nós estamos pensando sobre outros vieses como melhorar a qualidade de vida e favorecer a hidratação…

E devemos usar líquido espessado no protocolo de água livre e ice chips?  

Pensando em favorecer a hidratação, não ofereceremos líquidos espessados porque ele não tem boa adesão.

E, além disso, lembrando: o líquido espessado não é PH neutro!

Por que devemos usar um líquido com PH neutro nos ice chips e água livre?

Porque, se o paciente aspirar água que não seja pura e ainda estiver com um sistema imunológico deficiente ou uma higiene bucal ruim, teremos chance de impacto pulmonar e esse paciente fará uma pneumonia.

Clique aqui para ler um artigo que fala melhor sobre isso.

Por que o paciente poderá fazer pneumonia com este líquido espessado?

Não é porque o paciente está tomando líquido espessado que ele não vai fazer a pneumonia, muito pelo contrário: esses pacientes formam até mais resíduos do que os outros, nós sabemos disso e aspirar líquido espessado gera maior risco de comprometimento pulmonar.

Conclusão: para que servem ice chips e protocolo de água livre, então?

Dessa forma, vamos lembrar para que servem o ice chip e o protocolo de água livre:

  • Favorecer a hidratação;
  • Melhorar a xerostomia;
  • E, por fim, contribuir para uma melhor qualidade de vida.

Onde posso aprender mais sobre isso?

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Clique aqui para ler tudo sobre Ice Chip e protocolo de água livre!

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Ice chip e água livre: como funcionam? - Motility Oral.

Ice chip e água livre na fonoaudiologia hospitalar: entenda como funcionam

Neste artigo, entenda como funciona o protocolo de água livre e ice chip com Motility Oral®.

Então, continue lendo até o final para entender.

Os cílios no protocolo de água livre e ice chip

Todo o nosso trato aéreo tem cílios, e esses cílios fazem o movimento contrário ao fluxo expiratório.

Então, quando nós inspiramos, ele faz um movimento contrário; e quando expiramos, também.

A função desses cílios no nosso sistema

A função deles é eliminar, depurar toda a secreção, resíduo faríngeo, ou até mesmo comida e conteúdo gástrico que tem adentrado na via aérea.

Assim, tudo que é considerado patógeno, que vai prejudicar o nosso sistema mucociliar, ele limpa.

Importância da parceria com os fisioterapeutas respiratórios  

Então, por atuar junto a pacientes acamados, nós fonoaudiólogos hospitalares, precisamos ter uma parceria muito grande com os fisioterapeutas respiratórios.

Porque o fisioterapeuta respiratório é de extrema importância para que o nosso paciente não desenvolva uma pneumonia.

Até nós aspiramos

Até porque aspirar, até nós aspiramos. 

Inclusive você sabia que aspiramos saliva dormindo? Mas por que não fazemos pneumonia?

Mas por que não fazemos pneumonia?

Mesmo aspirando, não fazemos pneumonia primeiro porque temos uma boa higiene bucal.

Segundo porque temos um bom movimento mucociliar, pulmonar de via aérea.

E, terceiro, porque temos o sistema imunológico bom.

Então, é preciso pensar em cima desses três pilares, pois eles norteiam a pneumonia aspirativa.

Protocolo de água livre e ice chip não têm impacto pulmonar

Além desses três pilares nosso pulmão é revestido por algo peculiar. Nosso pulmão é revestido por proteínas aquaporina, que tem a função de absorver água. Mas isso cabe num outro artigo (clique aqui para ler).

E assim, você entende por que no ice chip e protocolo de água livre, o paciente pode tomar mesmo gute-gute de água, e não tem impacto pulmonar.

Isso precisa ficar muito claro para você.

Onde posso aprender mais sobre ice chip e protocolo de água livre?

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Clique aqui para ler tudo sobre Ice Chip e protocolo de água livre!

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Aquaporina no protocolo de água livre e ice chip: por que eles funcionam? - Motility Oral.

Aquaporina no protocolo de água livre e ice chip: por que ambos funcionam?

Entenda como funciona a proteína aquaporina no protocolo de água livre e ice chip com Motility Oral®, compreendendo assim por que esses recursos terapêuticos funcionam.

Então, continue lendo até o final para aprender.

Qual é o pressuposto do ice chip ou protocolo de água livre?

Qual é o pressuposto do ice chip ou até mesmo o protocolo de água livre – tomar água livre mesmo?

Eu já expliquei uma vez que durante a lavagem pulmonar realizada pelo pneumologista, a equipe observa que o tanto de água que eles injetam no pulmão não é o tanto de água que eles conseguem retirar ao fim do procedimento.

Por que isso ocorre? A proteína aquaporina

Então, isso ocorre porque nós temos células em todo o nosso pulmão que é revestido pela proteína aquaporina.

E qual a função dela?

A função da proteína aquaporina

A função da aquaporina é absorver água. Mas água limpa! Com PH neutro!

O que é água com PH neutro?

Se essa água vier com espessante, saborizada ou com comida mesmo, enfim, esse PH não será neutro e então não poderá ser absorvida além da presença de bactérias, resíduos alimentares e produtos industrializado presentes.

E, assim, o que acontece?

Então, a partir do momento que a água não é pura, e for aspirada poderemos ter grande impacto pulmonar.

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Clique aqui para ler tudo sobre Ice Chip e protocolo de água livre!

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Como diferenciar as paralexias literais e fonêmicas? - Motility Oral.

Paralexias literais e fonêmicas: como diferenciar? Entenda tudo!

Neste post (clique aqui para ler), eu falei tudo sobre as paralexias literais e fonêmicas. Mas você sabe como diferenciar cada uma delas?

Então, leia até o final para aprender tudo.

Dúvida: paralexias literais e fonêmicas

Entre as paralexias, a única dúvida que pode existir é entre as paralexias literais e as fonêmicas. Por quê? Vamos pensar aqui.

Porque por exemplo, vamos supor que o paciente está em uma prova de leitura, e estava lá a palavra “fivela”. Mas ele leu “pivela”.

Neste caso, como que eu vou saber se o problema está em reconhecer o grafema ou em falar?

Como diferenciar as paralexias: problema está em reconhecer o grafema ou em falar? – Fono Hospitalar Motility Oral.
Como eu vou saber se o problema está em reconhecer o grafema ou em falar? – Fono Hospitalar Motility Oral.

Por quê? O que acontece?

Porque veja bem, preste atenção: se eu olho para aquela letra e falo outra, eu sei que estou cometendo uma paralexia literal, certo?

Agora, a fonêmica, vamos parar para pensar aqui: o que acontece com a fonêmica?

A paralexia fonêmica

Na paralexia fonêmica mentalmente eu leio correta a palavra fivela; também faço o pareamento grafema-fonema; mas na hora de parear com o meu registro fonológico de saída, sai uma palavra diferente, sai por exemplo “pivela”.

Paralexias: fonêmica x literal

Então, quando o problema está na saída, é fonêmica, mas quando está na entrada, é literal. Tá certo?

Mas como eu vou saber a resposta disso?

Então, você pode me dizer assim: “Mas, Camila, como eu vou fazer para saber a resposta disso? Como posso ter certeza se está na entrada ou na saída?”

No caso, você vai tirar a prova.

Eu disse neste post que precisamos aplicar várias provas para encontrar a intersecção das falhas (clique aqui para ler).

Exemplo de tirar a prova, no caso das paralexias

Por exemplo, se eu pedir uma prova de repetição para esse paciente que cometeu “pivela”, e ele repete tudo, o que eu estou avaliando com essa prova?

Pense bem, eu falo e ele repete, ou seja, estou avaliando registro fonológico de entrada e registro fonológico de saída. Então estou avaliando ambos.

Onde está o problema, então?

Como diferenciar as paralexias: problema está em registro fonológico de entrada ou registro fonológico de saída? – Fono Hospitalar Motility Oral.
O problema está em registro fonológico de entrada ou registro fonológico de saída? – Fono Hospitalar Motility Oral.

Neste exemplo que eu dei, estou querendo saber se o problema está em registro fonológico de entrada ou em registro fonológico de saída.

A partir do momento que eu faço a prova de repetição e esse meu paciente repete várias palavras, mas ele não é capaz de repetir não-palavra, o que isso me faz pensar?

Se ele repetiu palavras e não repetiu não-palavra, me faz pensar em uma ruptura do léxico fonológico de saída, e então acaba tendo o quê?

Uma intersecção com a outra prova que eu apliquei e que ele também apresentou uma paralexia fonêmica, de saída.

Nós temos como tirar a prova: onde está a falha?

Eu acho que não posso falar muito disso aqui agora para você porque eu tenho medo de confundir a sua cabeça, visto que é um pouquinho mais complexo.

Mas o que eu quis mostrar aqui, é que nós temos como tirar a prova, através da intersecção das manifestações que acontecem ao aplicar as provas e tarefas. Nós identificamos onde está a falha, se na entrada ou na saída ou ainda se está na praxia dos órgãos fonoarticulatórios.

A apraxia no caso de avaliação das paralexias

Às vezes o paciente reconhece bem a letra, tem o buffer fonológico de saída, aquele estoque permanente existe e ele sabe exatamente como que pareia para o sistema fonológico…

Só que na hora que ele vai falar, devido a uma apraxia ele não consegue falar.

Mas o que fazemos com isso?

Então, nas provas que aplicamos, é feita inclusive uma avaliação de praxias, onde avaliamos os movimentos buco faciais e articulatórios.

Podemos falar isso depois também, porque hoje não estamos falando especificamente de avaliação.

Conclusão das estratégias terapêuticas para paralexias

Então, a partir do momento que eu vou aplicando essas provas e vou verificando que tem intersecção, eu vou descartando algumas hipóteses e vou afunilando para o que de fato justifica aquela falha.

Dessa forma, é exatamente ali que eu vou escolher as minhas estratégias terapêuticas.

Onde posso aprender mais sobre isso?

Como você deve saber, eu estou no Instagram como Motility Oral (@motilityoral) – clique aqui para ver.

Mas, o que você talvez não saiba, é que tenho um perfil em que falo especificamente sobre afasia.

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Tudo sobre a classificação das afasias - Motility Oral.

Tudo sobre a classificação das afasias: nomenclatura, definições, parafasias e mais!

Aprenda aqui tudo sobre a classificação das afasias: nomenclatura, definições de cada uma delas, parafasias, paralexias literais…

Continue lendo para saber!

Classificação das afasias: nomenclatura e tipos

A afasia é uma síndrome que tem nomenclatura própria, inerente a ela, por exemplo:

  • As parafasias, na emissão oral;
  • A paragrafia, na escrita;
  • E a paralexia, na leitura.

Então, é inerente, uma nomenclatura própria característica das afasias.

Classificação das afasias: alterações

Essas alterações podem vir combinadas ou isoladas. Mas o que é isso, Camila?

Eu posso ter um paciente com alteração na escrita, mas não na leitura; ou ele pode ter uma alteração de fala, mas escrever. Estão entendendo?

Então podemos ter alteração em todos os aspectos, pensando na afasia global, ou não; podemos ter processamentos preservados e alterados.

Classificação das afasias: parafasias

Vamos falar um pouco agora então sobre as afasias na emissão oral, ou também chamadas de parafasias.

Classificação das afasias: parafasia fonética

Quando nós pensamos em emissão oral, a primeira se refere a parafasia fonética. Mas isso se refere a quê?

A som. Então, é muito simples: no discurso do paciente, nós observaremos distorções do som, caracterizando a parafasia fonética.

Você entende a palavra, mas ela vem distorcida.

Exemplo de parafasia fonética

Então, ela pode vir num ritmo alterado como, por exemplo, ele quer falar “rato”, e ele fala “raaato”.

O ritmo está alterado, ela tem uma distorção: você entende a palavra, mas ela está distorcida.

Parafasia fonêmica ou fonológica

O que seria a parafasia fonêmica ou fonológica? Pode anotar aí.

Nesse caso, é quando o paciente troca um som, um fonema.

Por exemplo, ele vai falar “garrafa”, mas ele fala “tarrafa”, ele troca.

Observação importante sobre parafasia fonêmica ou fonológica

E uma observação muito importante: nesta troca, ele forma uma não-palavra.

Só que essa não-palavra – é super importante o que vou dizer agora – eu consigo identificar – por exemplo: garrafa, tarrafa –, mas desde que eu tenha o estímulo alvo que eu estou avaliando.

Exemplo de parafasia fonêmica ou fonológica

Então, vamos imaginar que eu estou fazendo uma prova de nomeação e a minha garrafa está lá.

Eu sei que o estímulo alvo é “garrafa”, e eu sei que ele falou “tarrafa”.

Assim, teve o predomínio de mais de 50% da palavra alvo e formou uma não-palavra.

Então, eu sei que é uma parafasia fonêmica ou fonológica, certo?

Classificação das afasias: neologismo

Vamos passar para o próximo: neologismo.

O neologismo é uma não-palavra, por exemplo, o paciente fala: “lareca”, “bufam”, é uma não-palavra.

Exemplo de neologismo

Só que essa não-palavra não tem correlação alguma nem com a duração e nem com as próprias vogais da palavra, por exemplo, “garrafa”.

Vamos supor que estamos em uma prova de nomeação, e eu pergunto: “O que é isso?”, mostrando a garrafa. E então , ele fala “lareca”, “mufem”… Enfim, fala outra coisa que não tem nada a ver.

Então, nesse caso, é neologismo.

Parêntesis: qual a diferença de neuologismo e parafasia fonêmica?  

Mas você pode me perguntar: “Mas Camila, se você falou que o neologismo é uma não-palavra, uma pseudopalavra, uma palavra que não existe, e você falou também que o resultado da parafasia fonêmica é uma não-palavra, então como é que eu vou saber quando é uma ou a outra?”

É muito simples.

Porque, se você sabe a palavra alvo e observa que ela está muito semelhante com ela, mesmo sendo uma não-palavra, você sabe que é parafasia fonêmica.

Porém se, agora, você vir que ela não tem nada a ver em duração, em sílabas, em correlação com a vogal, enfim, não tem nada a ver, você sabe que se trata de um neologismo.

Classificação das afasias: parafasia formal

Agora, a parafasia formal.

A parafasia formal, como o próprio nome já diz, fala a respeito de forma. Eu gosto muito de fazer associação para nunca esquecer. Então, continue lendo.

Exemplo de parafasia formal

A palavra que o paciente fala é muito parecida com a palavra alvo, o que acontece?

Ela se assemelha tanto na forma quanto fonologicamente.

Então, imagine:

  • Fanta, anta;
  • Martelo, marmelo.

E você observa que estas palavras existem? São palavras que existem, mas que não tem correlação semântica com o estímulo alvo.

Entretanto, elas se assemelham tanto na forma quanto nessa função distintiva.

Assim, fonologicamente, elas são muito parecidas.

Isso é a parafasia formal.

Parêntesis: consideração importante sobre essas parafasias citadas

Isso é importante: tanto a parafasia fonêmica ou fonológica, neologismo e a parafasia formal, apontam para uma ruptura fonológica, ou seja, para erros fonológicos.

E essa informação é importante para que no momento do mapeamento linguístico segundos os modelos de processamento, você consiga uma pista valiosa, uma suspeita de que a falha é fonológica, o que fará muita diferença no direcionamento clínico do caso.

Então, vamos continuar com as parafasias.

Classificação das afasias: parafasia verbal

Na parafasia verbal, você também troca por uma palavra existente na língua.

Então, por exemplo: você mostra “maçã”, e o paciente fala “gato”.

É uma palavra que existe, mas ela não tem semelhança nem quanto à forma, nem quanto a distinção fonológica, ela de fato não tem correlação alguma, tá bom?

Diferença entre parafasia formal e parafasia verbal

A parafasia formal o próprio nome diz: se assemelha quanto a forma e a fonologia dela, tá certo? Você também fala uma outra palavra que existe na sua língua, mas esta terá semelhança quanto a forma. Por exemplo:

  • Fivela, vela;
  • Anta, fanta;
  • Martelo, marmelo.

Já na verbal, você troca por uma outra palavra, também existente na língua, mas que não tem nada a ver quanto a forma e características fonológicas.

Além disso, nem sempre as palavras rimam, mas é importante dizer que muitas vezes sim, então tem que ter um raciocínio clínico adequado nessas avaliações.

Qual você acha que é pior: parafasia formal ou parafasia verbal?

Então, qual você acha que é pior?

Olha, a parafasia verbal indica para nós uma ruptura léxico-semântica muito grande.

Porque no modelo o léxico está de um lado, e o semântico está do outro. E quando você mostra o estímulo alvo, ele fala uma palavra que existe, mas que não tem nenhuma correlação nem quanto a forma, nem quanto a distinção fonológica, algo que realmente não tem nada a ver.

Então, ela é muito pior.

Parafasia morfêmica e exemplos

Na parafasia morfêmica, o paciente substitui os morfemas da palavra.

Então, por exemplo:

  • Menino, menina;
  • Pintor, pinteiro.

Assim, você está vendo o que é morfema?

Exemplo real de um caso de parafasia morfêmica

Há uns dias, eu estava com um paciente, e ele estava querendo falar “casamento”. Porém, ele falou “contentamento”.

Então, com base no contexto do discurso naquele momento, a única alternativa para classificar aquela manifestação dele foi uma parafasia morfêmica.

Parafasia semântica e exemplos

A parafasia semântica é a mais fácil. Você substitui a palavra por outra do mesmo campo semântico.

Então, por exemplo:

  • Lápis, caneta;
  • Blusa, camisa;
  • Short, saia.

É a mais fácil.

Pronto, nós terminamos o que está a nível de emissão. Mas nossa conversa ainda não terminou, então continue lendo.

Classificação das afasias: paralexias literais

As paralexias literais acontecem na leitura e na escrita, não na emissão oral.

Na literal, ele tem uma alteração na decodificação da entrada visual. Então, o que seria isso?

Assim, isso significa que o paciente enxerga outra letra.

E então? Exemplos de paralexias literais

É como se ele decodificasse aquela letra de forma errada.

Então, por exemplo, ele vai ler “lápis”, mas ele fala “tápis”.

Dessa forma, é uma paralexia literal.

Mas como eu sei onde está a falha?

E como eu sei onde está a falha? Isso é muito importante para conversarmos.

Eu tenho dois posts sobre isso:

Conclusão da paralexia literal

O que eu quero que você entenda é que, na paralexia literal, ele troca. Ele não decodifica corretamente aquela letra que ele está lendo.

Está lá: “G”, mas ele fala “T”.

Então, é uma decodificação errada de grafema.

Onde posso aprender mais sobre isso?

Como você deve saber, eu estou no Instagram como Motility Oral (@motilityoral) – clique aqui para ver.

Mas, o que você talvez não saiba, é que tenho um perfil em que falo especificamente sobre afasia.

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Portanto, fique por dentro!

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Avaliação de afasia: intersecção das falhas nas provas - Motility Oral.

Avaliação de afasia: a importância da intersecção das falhas nas provas

Por que na avaliação de afasia as manifestações se repetem? Você já se perguntou isso? Você sabe a respeito da intersecção das falhas nas várias provas?

Continue lendo para aprender mais.

Por que na avaliação de afasia as coisas se repetem? A importância da intersecção das falhas

As manifestações se repetem na avaliação de afasia para que possamos encontrar a intersecção, e a partir da intersecção, encontrar o que está alterado no processamento da linguagem.

Darei um exemplo logo adiante, portanto continue lendo para saber.

Exemplo de avaliação de afasia: intersecção das falhas nas provas

Vamos supor que, na prova de leitura em voz alta, você percebe que ele, por exemplo, não está conseguindo ler não-palavras.

Então, você aplica a prova de repetição – porque repetição de não-palavras prediz que há uma ruptura, que tem uma alteração ali, seja de buffer fonológico de entrada ou seja de buffer fonológico de saída.

Avaliação de afasia: buffer fonológico de entrada e buffer fonológico de saída – Motility Oral Fonoaudiologia.
Avaliação de afasia: buffer fonológico de entrada e buffer fonológico de saída – Motility Oral Fonoaudiologia.

Então, esse achado já nos diz isso.

Conclusão da avaliação de afasia

Então, se em uma prova ele falha, e na outra prova você aplica e ele falha também, o que te faz pensar?

Que exatamente onde falhou nas duas provas, na intersecção, é a falha do processamento e, assim você vai escolher as estratégias que correspondem àquela falha. É por ali que você irá começar.

Onde posso aprender mais sobre isso?

Como você deve saber, eu estou no Instagram como Motility Oral (@motilityoral) – clique aqui para ver.

Mas, o que você talvez não saiba, é que tenho um perfil em que falo especificamente sobre afasia.

Siga-me no Motility Oral Afasia (@motilityoral.afasia) para saber mais sobre afasia, porque eu estou sempre falando sobre isso por lá!

Portanto, fique por dentro!

Instagram da Motility Oral Afasia – Fono Hospitalar.
Meu Instagram da Motility Oral Afasia, onde falo sobre tudo relacionado e mais de fono hospitalar.

Clique aqui para ler tudo sobre afasias!

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Afasia: por que alguns pacientes melhoram e outros não? - Motility Oral.

Afasia: entenda por que alguns pacientes melhoram e outros não

Você já parou para pensar por que, na afasia, alguns pacientes melhoram e outros não?

Então, continue lendo para descobrir a resposta para essa pergunta.

Questões intrínsecas na afasia

Primeira coisa: existem questões que são intrínsecas, ou seja, aspectos que não podemos manipular – porque é intrínseco, é o próprio indivíduo!

Questões intrínsecas na afasia: extensão da lesão

Então, é importante considerar: a área da lesão, a extensão da lesão…

Pare para pensar: quando você compromete os tratos, substância branca, o prognóstico costuma ser muito pior do que quando você compromete apenas córtex, certo?

Portanto, a extensão da lesão importa, e importa muito.

Questões intrínsecas: escolaridade

Além disso, outra questão é a escolaridade. Por quê?

Porque, quanto mais letrado for o paciente, maior número de conexões acontecerão, isso porque nós respondemos por conectividade – clique aqui para ler um artigo sobre isso.

Tudo que adquirimos de reserva cognitiva ao longo da vida será de grande valor pensando em reabilitação.

Assim, quanto mais letrado o paciente for e quanto mais ele buscar aprender novas habilidades (artesanato, esporte, convívio social, falar mais de um idioma, ler vários tipos de literatura, ouvir vários tipos de música, dentre outros) melhores serão as condições para novas conexões.

E tudo isso importa sim! Porque nós teremos mais conectividade, ok?

Questões intrínsecas: tempo de lesão  

Tudo isso são questões intrínsecas, pois não têm como alterar, manipular.

Além disso, outra coisa que importa bastante é o tempo de lesão.

Tá certo? Anotou? Então, é isso aí.

Onde posso aprender mais sobre isso?

Como você deve saber, eu estou no Instagram como Motility Oral (@motilityoral) – clique aqui para ver.

Mas, o que você talvez não saiba, é que tenho um perfil em que falo especificamente sobre afasia.

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